29/05/11

DICAS INTERESANTES SOBRE MARROCOS :)

  • Se, fores turista a conduzir um carro de matricula estrangeira em Marrocos não te admires, que um policia de trânsito pare tudo e te dê prioridade, mesmo quando tu não a tens, fazendo com que os locais fiquem à espera.


  • Se vens a Marrocos trás moedas de euro no bolso, pois todos te pedem gorjeta, até em situações nunca antes vistas, como por exemplo, tirar fotos a um camelo ou a uma paisagem.

  • Por falar em gorjetas, não esquecer, que em restaurantes e outros serviços é da praxe dar gorjeta +/-10%

  • Passadeiras para peões e semáforos de cor vermelha, são meros adereços arquitectónicos da família dos muros, paredes ou similares.

  • Se és um português de verdade e gostas de beber uma “pinga”, então vai prevenido, pois ali só se bebe chá de menta e pouco mais.

  • Se alguma vez te disserem que bebes álcool em demasiado, podes ir para Marrocos. Pois terás o primeiro tratamento de choque a favor da abstinência.

  • Inversão do sentido de marcha e circulação em sentido contrário,é vulgarmente visto a qualquer hora do dia e da noite.

  • O uso obrigatório de cinto de segurança e de capacete na condução com motos, são expressões desconhecidas dos titulares de carta de condução.

  • Inspecção periódica obrigatória (IPO) nos veículos, é coisa de filmes de ficção científica made in EUA.

  • A lotação máxima de passageiros nos veículos depende da área dos mesmos (quanto maior mais pessoas leva).

  • A altura máxima de carga nos veículos têm como limite legal, o CÉU. Por vezes esquecendo que as (poucas) pontes têm 4,60m de altura.

  • O limite máximo de passageiros admissíveis num Táxi é de: três milhões, duzentos e quarenta mil, cento e cinquenta e quatro pessoas (fora carga exterior). E com a particularidade de durante o percurso poder entrar e sair passageiros.

  • Nos táxis o taxímetro (contador) é substituído, por uma boa discussão para regatear o preço final do percurso percorrido.

  • Se estás com receio de ir a Marrocos com uma viatura antiga, com mais de 20anos e que já deu duas voltas no conta Km, esquece isso, pois aqui a tua viatura é um Topo de Gama seguramente!

  • Se pensas, que o teu carro em Marrocos teve uma avaria, pois está a deitar muito fumo, esquece, pois tudo passa quando passares a fronteira e colocares novamente gasóleo normal.

  • Se julgas não haver água nos “desertos” de Marrocos, enganas-te, pois podes escolher entre temperatura natural, gelada ou ainda congelada de garrafa ou de poço.

  • Na área gastronómica, a não perder, a Broche…eta. Uma iguaria, que muito agrada, mesmo aos mais cépticos. (espetadas)

  • Se queres uma factura, para justificar os teus gastos, vieste ao sítio errado. Marrocos só é comparado às ilhas Caimão ou outras do género – um verdadeiro paraíso fiscal.

  • Se pensas, que já viste tudo na tua vida. Esquece! Há sempre um “Marrocos” novo por descobrir…



MARROCOS 2011 SINOPSE FINAL

Terça-feira, 26 de Abril DIA de SINOPSE DA EXPEDIÇÃO



Ontem, pouco passava da meia-noite, finalmente estava a pôr a chave na porta de minha casa, são e salvo como era pretendido à partida, mas extremamente cansado.

Nesta expedição, percorremos cerca de 4.300Km e seguramente metade deles em pista, ou seja fora de alcatrão. O que por vezes, para quem não conhece a realidade marroquina, seja complicado perceber o quanto difícil é percorrer trilhos em montanha, pedra, dunas de areia, deserto de pedregulhos, ou simplesmente terra.

Nem sei como é que as viaturas da caravana, quase todas elas com mais de 20 anos, aguentaram tanta pancada, tanto salto, e acima de tudo tanto “calor” no motor.
O certo é que todos chegámos a casa e o resultado final não podia ser melhor.

Um sentimento de felicidade e saudade invade-me, sabendo que ainda ontem deixei aquele continente.

Por fim, não poderia concluir sem antes agradecer ao Ricardo Cardo e ao António Forte, a sua extrema dedicação para que tudo corresse como correu – MUITO BEM.
Não foram simplesmente guias, foram também os autores de um vastíssimo trabalho de casa, para poder proporcionar tantos km percorridos sem dúvidas.

Um muito obrigado ao “mano velho” Augusto Pereira, que ao volante do seu Toyota Land Cruiser BJ40 de 1978, me conduziu pelos melhores trilhos proporcionando grandes aventuras com muita tranquilidade.

Aos restantes membros da caravana: Lúcio, Miguel, Lela, Rui, Mª José, Catarina, Margarida e Ricardinho, um muito obrigado pela companhia e por toda a ajuda prestada.

Fica aqui a premissa de um dia lá voltar. De UMM Claro!








MARROCOS 2011 DIA12

Segunda-feira 25 de Abril DIA 12


Começo a escrever estas palavras sentado no interior do barco, que me traz de regresso à Europa, e cujo percurso é Tanger - Tarifa (+- 35m).

Aqui, junto à abertura do ferry, apercebo-me como o mundo é pequeno; como dizia o poeta.
É estranho e curioso, que aqui neste estreito (Gibraltar), África e Europa estão tão perto, tão juntos. Só vendo com os próprios olhos.
É lindo, e por vezes, este “curto” distanciamento faz-nos meditar, como é que um pedaço de mar separa sociedades e culturas tão desiguais.

Aqui à janela do ferry observo um mar calmo, azul a espelhar um sol lindo e brilhante, próprio das 8 da manhã de um dia primaveril.

Ao longo desta “pequena” trajectória, avisto centenas e centenas de pequenas e médias embarcações (supostamente de pesca), que fazem deste estreito mar uma autêntica auto-estrada marítima em hora de ponta.

Mal me descuido a escrever estas linhas e já vejo nitidamente as povoações costeiras do lado espanhol.
Agora compreendo, como é que imigrantes ilegais, se aventuram em pequenas jangadas para atravessar o Mediterrâneo à procura de um dia melhor. Pois, aqui se cria a ideia que as duas margens estão tão próximas, que por vezes são ignorados todos os riscos inerentes a este “salto”.

Mas, o dia de hoje começou (mais uma vez) cedo. Pois a típica confusão da fronteira marroquina esperava-nos. E, realmente as minhas espectativas confirmaram-se.

Chegámos às 6.45h para apanhar o barco das 8.00h, mas esperava-nos uma enorme confusão onde se misturavam a desorganização policial, com a elevada burocracia de inspecções a pessoas e viaturas. Assim fez com que uma enorme e morosa fila de viaturas se forma-se para sair daquele país.

Com tantos contratempos provocados pela alfândega, o barco das oito lá partiu, mas o nosso camarada Ricardo, teve a infeliz sorte de não conseguir embarcar atempadamente.
O que fez com que o grupo pela primeira vez se desmembrasse por duas longas horas. Tempo mais que precioso para quem ainda tinha de fazer 650Km até casa.

A nossa viagem até Santarém (pois foi nesta cidade escalabitana que iniciámos a nossa expedição e onde terminámos também), será feita pelo mesmo percurso, ou seja, Tarifa, Sevilha, Badajoz, Elvas, Coruche, e finalmente Santarém.

















22/05/11

MARROCOS 2011 DIA11

Domingo  24 de Abril DIA 11


Hoje ao final da tardinha, e quase a chegar a Tanger vindo de Sul pela estrada litoral (N1), assisti seguramente ao mais belo pôr-do-sol que alguma vez vi na minha vida.

Lá bem longe, na outra ponta do Atlântico, o sol escondia-se no horizonte em tons de amarelo avermelhado, deixando pela frente uns farrapos de nuvens Cirros, que passavam por ali naquela altura. E assim, confirmei o que já muitos me tinham dito, que em África o pôr-do-sol tem outro encanto.

Mas iniciemos pela manhã deste domingo de Páscoa, dia da Ressurreição de Jesus Cristo, depois da sua morte por crucificação. E que cruz foi este domingo para o Toyota!

Começou cedo o regresso a casa. Assim logo pela fresquinha (molhada), saímos de Marrakech em direcção a Tanger, dando preferência à auto-estrada, que passa junto à costa litoral e que por vezes proporciona paisagens magníficas e de rara beleza.

Tudo parecia correr bem na viagem, apesar das várias descargas de água, que o céu teimava em mandar, como se de um adeus se tratasse.

Os quilómetros percorridos iam aumentando e a sensação de despedida acelerada, ia percorrendo o interior de cada um de nós. Mentalmente já ia-mos fazendo planos para uma futura viagem a Marrocos.

O número de jipes com matrícula portuguesa iam-se acumulado conforme a latitude ia aumentando. Incrível, como aqui tão longe de casa, por vezes se encontra tantos portugueses, e até mesmo tantas caras conhecidas da nossa sociedade. Todos com o mesmo objectivo- chegar a casa sem problemas.

Até que, a norte de Casa Blanca, o nosso “castigado” Toyota, aquele que até então tinha sido uma viatura “vencedora”. Aquele que nos tem proporcionado tantas horas de contentamento e satisfação, teve uma dificuldade.
Um problema no diferencial traseiro fez com que ficássemos parados na estrada, cerca de quatro horas.

Um autêntico Bivuoac foi montado, para dar abrigo à equipa de mecânica, que liderada pelo sempre prestável Ricardo, conseguiu prontamente desmanchar todo o miolo do diferencial (com bloqueios), e pôr o Toyota a rolar até Portugal só com tracção dianteira.

Tracção traseira anulada, lá fomos nós à procura de algo que se trincasse nesta tarde de domingo de Páscoa, que de doce nada teve, nem mesmo as tradicionais amêndoas teve. Saboreámos assim, umas sandes, comidas à pressa numa área de serviço a fazer de almoço.

Claro que nesta quadra, e em situações normais o Cabrito assado com batatinhas no forno costuma ser o almoço, mas acreditem que uma simples sandes de queijo comida à pressa numa área de serviço, provocou a mesma satisfação. E porquê? Porque, o espírito de grupo mantinha-se ao seu mais alto nível.

Ainda houve tempo para comprar um artesanato local num comércio à beira da estrada.
Amanhã a alvorada irá ser às 5.30m da manhã aqui em Tanger, para podermos embarcar no primeiro da manhã.

(CONTINUA...)

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15/05/11

MARROCOS 2011 DIA 10


Sábado, 23 de Abril DIA 10

Marrakech, Marrakech… como eu sonhei conhecer-te.

Quantas idéias criei, quantos mistérios construi, sobre esta cidade que só hoje desvendei.

Este sábado foi todo ele dedicado à descoberta de Marrakech, aos passeios, às compras,às descobertas, aos cheiros, às cores, aos sabores. Enfim a uma cidade que à muito desejava conhecer.

MARRAKECH (ou Marraquexe) com os seus 920 mil habitantes, e nos seus quinhentos e pucos metros de altitude acima do nível médio das águas do mar, encontra-se a cerca de 180km da costa Atlântica; e está limitada a Este pela cordilheira do Grande Atlas e a Sudeste pelo vale de Ourika.

Marrakech, tambem conhecida como “cidade vermelha” é uma das metrópoles mais emblemáticas do Magreb, que compreende toda a região de domínio cultural muçulmano no norte da África. Esta é a cidade das mil e uma noites, um lugar mítico e místico, um ponto de encontro de exploradores e de sensações insólitas e deslumbrantes.

Com uma temperatura amena a rondar os 18º / 20º fui conhecer a cidade com a promessa que iria chover. Coisa, que a estas latitudes me fez espantar nesta altura do ano, mas nada que me intimida-se.

O nosso hotel fica situado numa elegante área nova, fora da Medina, num bairro turístico, onde se concentram os hotéis, novos edifícios comerciais, bares e restaurantes da moda, e uma excelente e colossal zona verde, praticamente a 3 quarteirões da Medina. Local para onde inicialmente nos dirigimos.

Do outro lado da Mesquita Kutubiyya, onde tem um minerete com 70m de altura nasce a praça Djemaa El-Fna. É dali que se espalha o grande mercado central, o souk.

Centenas de homens vestindo roupas típicas e mulheres de véu vestidas de preto da cabeça aos pés; músicos com macacos, encantadores de cobras, arrancadores de dentes, vendedores de próteses dentárias, vendedores de frutos secos e sumo de laranja, misturam-se com charretes que passam apressadamente com os muitos turistas que ali se encontram.

É muito difícil tentar descrever as sensações que se adquirem nesta praça. Afirmar que a praça Djemaa El Fnae é descomunal parece pouco. Aquele cheiro de surpresas, que não consigo descrever bem, uma mistura desagradável de cáca de cavalo ao agradável e intenso cheiro do caril e açafrão, são os aromas que pairam no ar.

À volta desta praça, há uma oferta de restaurantes óptima, que se mistura com algumas lojas comercias. Foi num destes restaurantes com terraço a fazer de esplanada de nome “Argana” (paredes meias com o Souk), que todo o grupo (mais uma vez muito unido) teve o prazer de almoçar magnificamente e desfrutar daquela paisagem soberba sob a praça mais famosa de Marrakech. Entre uma garfada de comida e uma boa conversa, assistimos também a um encantamento de serpentes no meio da praça.

Destacar que à hora marcada e no meio de tanta confusão e barulho, os altifalantes instalados no minarete, mesmo ali ao lado, entoavam uma ladainha intraduzível de rezas. E o silêncio instalou-se naquela na praça barulhenta, e alguns mais crentes ajoelharam-se em direcção certa para orar, deixando por instantes as tarefas que estavam a realizar.

O SOUK (mercado marroquino de grande dimensão), é constituído por um emaranhado de estreitas passagens e túneis, onde a maior parte das lojas não devem exceder 15 metros quadrados completamente lotados.

Aqui se vendem os mais variados artigos como: frutos secos, fruta fresca, carne, perfumes, roupas, ervas medicinais, especiarias, artigos em pele, candeeiros, tatuagens, fogões, cerâmica, tapetes, latoaria, tinturaria, e um número infinito de artesões que encontram aqui no Souk, não só um local de venda, mas também um local para socializar.

Neste mercado de dimensões nunca vistas as pessoas acotovelam-se devido às ruelas muito estreitas e onde é vulgar nos cruzarmos com bicicletas e motos tudo ao mesmo tempo. A confusão instalada é tanta que por vezes se instala (muito tenuemente) um sentimento de insegurança.

Tudo se vende. Tudo não… álcool e carne de porco nem pensar por estas bandas. Mas de resto tudo se vende de uma forma muito própria e singular, ou seja, regateando sempre o preço final. Os artigos não costumam ter o preço afixado e cabe ao vendedor e ao comprador chegar ao melhor preço final, através de ofertas muitas delas perfeitamente desadequadas.

O grupo no meio de tanto entusiasmo e desorganização lá foi a uma casa do tipo ervanária medicinal. Aqui no meio de uma oferta interminável de produtos naturais e mezinhas caseiras contra todas as maleitas, íamos desfrutando de umas massagens relaxantes à base de óleo de Argão na zona lombar, que tão bem nos soube.

A seguir ao almoço na exótica praça Djemaa El-Fna e com a protecção anti-chuva vestida, lá fui fazer um tour pela cidade, naqueles autocarros de 1º andar, e que através de uns fones tive durante hora e meia uma explicação sobre esta maravilhosa urbe.

A parte nova da Cidade com avenidas largas a pensar no futuro, com os seus enormes espaços ajardinados dá-lhe um toque de modernidade ocidental europeia. Confrontando-se com a parte antiga onde um muro gigante de 8 a 10 m de altura delineia toda esta zona antiga.

Assim, esta cidade repleta de sabores intensos, cores frenéticas e sons vibrantes, dá-nos a entender que não fica nada atrás de qualquer outra cidade cosmopolita da europa.






(continua…)




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No passado dia 28 de Abril, cinco dias apenas após eu e o restante grupo estarmos e desfrutar de uma excelente refeição e de uma excelente vista no restaurante ARGANA, na praça Djemaa El-Fna em Marrakech, soube que este mesmo espaço de restauração foi alvo de um brutal atentado terrorista.


15 mortos e 20 feridos foi o balanço.

Realmente quem diria que naquele local tão pacato e aprazível, fosse acontecer uma coisa destas. Quem sabe se 5 dias antes não poderia ser eu a estar na hora errada e no local errado?



(actualidade pós atentado)