Domingo, 17 de Abril – DIA 04
Depois de uma excelente noite de descanso no confortável hotel Tombouctou, e de um revigorante pequeno-almoço, onde os crepes, as panquecas e os croissants marcaram presença, bem como, a compota variada, mel e sumo de laranja acabado de espremer, restou-me despachar para ir ajudar em pormenores na viatura, pois as horas estavam a passar.
Observar níveis, pressão de pneus e sacudir filtro de ar, são tarefas diárias obrigatórias, que não podem ficar esquecidas pois estas viaturas, estão a ter um elevado nível de desgaste.
Hoje domingo, o nosso objectivo é tão e somente brincar nas dunas. Ou seja descobrir e desfrutar do ERG CHEBBI. Esta deve ser com certeza a maior acumulação de dunas de areia em território Marroquino já a avisar que o Sahara está próximo, e a nível de altitude, penso que o ponto mais alto deve ter seguramente 150 metros de areia.
A paisagem é linda. De um amarelo diferente do que alguma vez imaginei.
Aqui a areia das dunas tem vários tons de amarelo, do mais claro ao mais escuro passando pelo avermelhado.
As dunas, essas são espectaculares. Uma melhor que a outra. Os tamanhos são diferentes bem como diferentes são as configurações e geometria das mesmas.
Algumas delas um perigo eminente a tentar atravessar de jipe. Aqui todas as cautelas são poucas, e é de bom senso brincar nas dunas mas com muita precaução. Para isso o Ricardo que já tem algum conhecimento na matéria e de GPS ao pormenor, foi sempre a liderar a caravana. Realmente este amigo de Santarém é perito em calcular a perigosidade e o evoluir do trajecto, metro a metro.
Assim, hoje foram dunas de areia, até dizer…basta!
Até que por volta da hora do almoço (altura que não se deve andar nas dunas devido ao sol estar a pique e criar uma certa ilusão fazendo com que não se veja a extrema da duna e podendo a viatura cair aos trambolhões) no meio do nada, ou seja, no meio do deserto literalmente avistamos um Oasis.
Um género de acampamento Berbere, onde aqui havia de tudo: tendas, tendas para dormir, w.c. tenda para comer e descansar, comida, bebidas frescas tipo Coca-Cola e outras, etc, etc.
Fiquei espantado com tanta fartura ali no meio de tanta areia (será que o vendedor da coca cola vai de helicóptero?)
Aqui o berbere que tomava conta daquele bivuoac era extremamente simpático, assim como na generalidade qualquer Marroquino também o é.
Depois de almoçarmos e de beber um chá de menta que ainda hoje tenho o sabor forte na minha boca a mentol, o dito senhor, foi nos mostrar um poço de água.
Inacreditável como é possível. Um poço cheio de água, limpa, transparente e fresca ali naquela imensidão de areia. Até tivemos o privilégio de ser baptizados com aquela água.
Depois de duas horas muito animadas de convívio, lá seguimos pelas dunas fora, sempre aqui e ali a cruzarmo-nos com outros que também faziam o mesmo que nós, diversão.
Agora da parte da tarde, parece que a areia está diferente, tanto a cor como também a textura. Talvez, até pode ser impressão minha, mas com o aumento da temperatura tudo muda, até o perigo aumenta.
Seguimos sempre em redor do ERG CHEBBI, no sentido contrário do ponteiro do relógio. As manadas de camelos a caminharem sozinhas por aqui já começa a ser banal, pertença certamente de um ou outro acampamento Berbere que se vai encontrando.
Estes acampamentos pouco passam de uma tenda construída com uns paus e umas mantas por cima e mais qualquer coisa em redor e quase sempre junto a um poço. Sim, pois por aqui observei muitos poços com água à superfície.
Neste fantástico dia, também passámos por 3 ou 4 pequenas povoações, do interior.
Daquelas que nem placa identificativa tem. Daquelas que as casas são feitas de barro e que nas estreitas ruelas miúdos correm atrás do barulho dos jipes, para pedir qualquer coisa.
Aqui os meninos correm descalços, em cima de areia e pedra escaldantes, a pedir um brinquedo.
Claro está, que a nossa expedição veio de Portugal bem apetrechada com ofertas para crianças, desde camisolas, t-shirts, balões, bolas, canetas, cadernos, lápis de cor, brinquedos, rebuçados, etc, etc.um pouco de tanto para eles e de quase nada para nós.~
Agora que acabei de dar um mergulho refrescante na piscina do hotel e me preparar para o delicioso jantar, não me consigo esquecer que “paredes meias” há inúmeras crianças pobres, sujas, com roupas rasgadas, que, ao dares um lápis sem importância te deram um dos mais bonitos sorrisos que eu já alguma vez tinha presenciado. Certamente estas crianças sonham vir a ter uma vez na vida um jantar como eu vou ter agora se Deus quiser, ou será melhor dizer inchallan, pois aqui o Deus é outro.
continua...
(Clicar nas fotos para ampliar)
Depois de uma excelente noite de descanso no confortável hotel Tombouctou, e de um revigorante pequeno-almoço, onde os crepes, as panquecas e os croissants marcaram presença, bem como, a compota variada, mel e sumo de laranja acabado de espremer, restou-me despachar para ir ajudar em pormenores na viatura, pois as horas estavam a passar.
Observar níveis, pressão de pneus e sacudir filtro de ar, são tarefas diárias obrigatórias, que não podem ficar esquecidas pois estas viaturas, estão a ter um elevado nível de desgaste.
Hoje domingo, o nosso objectivo é tão e somente brincar nas dunas. Ou seja descobrir e desfrutar do ERG CHEBBI. Esta deve ser com certeza a maior acumulação de dunas de areia em território Marroquino já a avisar que o Sahara está próximo, e a nível de altitude, penso que o ponto mais alto deve ter seguramente 150 metros de areia.
A paisagem é linda. De um amarelo diferente do que alguma vez imaginei.
Aqui a areia das dunas tem vários tons de amarelo, do mais claro ao mais escuro passando pelo avermelhado.
As dunas, essas são espectaculares. Uma melhor que a outra. Os tamanhos são diferentes bem como diferentes são as configurações e geometria das mesmas.
Algumas delas um perigo eminente a tentar atravessar de jipe. Aqui todas as cautelas são poucas, e é de bom senso brincar nas dunas mas com muita precaução. Para isso o Ricardo que já tem algum conhecimento na matéria e de GPS ao pormenor, foi sempre a liderar a caravana. Realmente este amigo de Santarém é perito em calcular a perigosidade e o evoluir do trajecto, metro a metro.
Assim, hoje foram dunas de areia, até dizer…basta!
Até que por volta da hora do almoço (altura que não se deve andar nas dunas devido ao sol estar a pique e criar uma certa ilusão fazendo com que não se veja a extrema da duna e podendo a viatura cair aos trambolhões) no meio do nada, ou seja, no meio do deserto literalmente avistamos um Oasis.
Um género de acampamento Berbere, onde aqui havia de tudo: tendas, tendas para dormir, w.c. tenda para comer e descansar, comida, bebidas frescas tipo Coca-Cola e outras, etc, etc.
Fiquei espantado com tanta fartura ali no meio de tanta areia (será que o vendedor da coca cola vai de helicóptero?)
Aqui o berbere que tomava conta daquele bivuoac era extremamente simpático, assim como na generalidade qualquer Marroquino também o é.
Depois de almoçarmos e de beber um chá de menta que ainda hoje tenho o sabor forte na minha boca a mentol, o dito senhor, foi nos mostrar um poço de água.
Inacreditável como é possível. Um poço cheio de água, limpa, transparente e fresca ali naquela imensidão de areia. Até tivemos o privilégio de ser baptizados com aquela água.
Depois de duas horas muito animadas de convívio, lá seguimos pelas dunas fora, sempre aqui e ali a cruzarmo-nos com outros que também faziam o mesmo que nós, diversão.
Agora da parte da tarde, parece que a areia está diferente, tanto a cor como também a textura. Talvez, até pode ser impressão minha, mas com o aumento da temperatura tudo muda, até o perigo aumenta.
Seguimos sempre em redor do ERG CHEBBI, no sentido contrário do ponteiro do relógio. As manadas de camelos a caminharem sozinhas por aqui já começa a ser banal, pertença certamente de um ou outro acampamento Berbere que se vai encontrando.
Estes acampamentos pouco passam de uma tenda construída com uns paus e umas mantas por cima e mais qualquer coisa em redor e quase sempre junto a um poço. Sim, pois por aqui observei muitos poços com água à superfície.
Neste fantástico dia, também passámos por 3 ou 4 pequenas povoações, do interior.
Daquelas que nem placa identificativa tem. Daquelas que as casas são feitas de barro e que nas estreitas ruelas miúdos correm atrás do barulho dos jipes, para pedir qualquer coisa.
Aqui os meninos correm descalços, em cima de areia e pedra escaldantes, a pedir um brinquedo.
Claro está, que a nossa expedição veio de Portugal bem apetrechada com ofertas para crianças, desde camisolas, t-shirts, balões, bolas, canetas, cadernos, lápis de cor, brinquedos, rebuçados, etc, etc.um pouco de tanto para eles e de quase nada para nós.~
Agora que acabei de dar um mergulho refrescante na piscina do hotel e me preparar para o delicioso jantar, não me consigo esquecer que “paredes meias” há inúmeras crianças pobres, sujas, com roupas rasgadas, que, ao dares um lápis sem importância te deram um dos mais bonitos sorrisos que eu já alguma vez tinha presenciado. Certamente estas crianças sonham vir a ter uma vez na vida um jantar como eu vou ter agora se Deus quiser, ou será melhor dizer inchallan, pois aqui o Deus é outro.
continua...
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