Quinta-feira, 21 de Abril DIA 08
Umas rectas enormes, quase a perder de vista, convidavam as nossas máquinas a acelerar um pouco mais do que o habitual. Se calhar, porque íamos a favor do vento forte que soprava esta tarde, quando finalmente avistámos OUARZAZATE.
Considerada por alguns a “porta do deserto do Saara”, a entrada nesta cidade marroquina vindo do lado de SKOURA, é linda.
Miúdos a beira da estrada tentam vender colares feitos com Rosas e muito engenho, não fosse esta zona conhecida pelo “Valée des roses” a Sul do Atlas.
Mas, o dia de hoje começou diferente. Saímos de TINERHIR com o objectivo de circular por pista, e desta vez em montanha (para variar).
Depressa chegamos às Gargantas do TODRA. Por alcatrão são uns 20 Km, onde em cada casa se observa uma oferta hoteleira e restauração nunca vistas até agora.
As “gargantas” são lindas. Dois maciços supostamente calcários com uma altura aproximadamente de 300m, são abruptamente rasgados na vertical, onde um corte estreito de pouco mais de 100m de largura permite que o Rio Todra desça livremente. Proporcionando assim uma imagem ímpar e de raríssima beleza.
A paisagem aqui é linda e por momentos assustadora.
Aqui se interceptam, sem o mais pequeno indício de perplexidade, universos distantes: burricos de camponeses silenciosos com os olhos postos no caminho, mulheres árabes de rosto coberto, jipes cheios de turistas bem vestidos - rigorosamente estilo expedicionário, de farpelas acabadas de sair de lojas “especializadas” - ou velhas camionetas com grupos de berberes que se dirigem para os kasbahs do interior, enquanto lá no alto, nas paredes verticais dos rochedos, se vão cravando os ganchos dos praticantes de escalada.
Depois da paragem obrigatória para as fotos de praxe, seguimos a estrada do tipo municipal R703 até perto de TAMTATTOUCHETE, já em plena montanha a rondar os quase 2000m de altitude.
Aqui viramos à esquerda e atravessamos a montanha para o lado de MSEMRIR, sempre em pista de calhaus e pedregulhos que por vezes faziam parecer um aspecto lunar.
Por aqui e a rondar os 2800m de altitude para além de nos cruzarmos com cabras a pastar e pouco mais, também tivemos a oportunidade de nos intersectar com outra expedição de jipes desta feita Portugueses .Sim, porque aqui em Marrocos há imensos jipes portugueses.
Talvez, porque estamos em época de Páscoa e todos queremos aproveitar a quadra para umas merecidas férias; em verdade vos digo, Marrocos é o sítio indicado para carregar baterias e livrarmo-nos do Stress.
A serra é árida, mas linda oferecendo um misto de curiosidades geológicas dignas de registo académico. As camadas enrugadas de rocha vão decorando cada curva do trilho percorrido que serpenteia a montanha imóvel. Por aqui se observa buracos enormes do tipo gruta escavada que serve de “gurita” a pessoas que por aqui moram.
Depois de algumas horas nesta árdua travessia, por fim chegamos ao outro lado da montanha. Agora admiramos o rio DADÈS que dá nome à região.
Todo o fundo de vale, que é serpenteado pelo rio, é também generosamente cultivado, com hortas diversas, amendoeiras, palmeirais, alámos e nogueiras numa espécie de paisagem bicolor, com dois tons numa sequência ritmada entre o verde e avermelhado que a montanha oferece.
Os 300km de hoje, basicamente foi assim preenchido, a subir e a descer montanha, metro a metro. Por vezes a uma velocidade tão baixa, que até dava para sair do jipe, tirar fotos aos outros membros da caravana, apanhar um mineral ou outro que brilhava no chão com a luz do Sol.
Por fim, depois de passarmos por Tourbist, chegamos a El-Kelâa des Mgouna, apanhamos o alcatrão da N10 e seguimos para Ouarzazate pela rota dos Kasbahs, acompanhando sempre o sentido da corrente do rio Dadès, que vem dar a uma barragem(El Mansour-Eddahbi) muito perto de Ouarzazate.
Hoje estamos mais uma vez maravilhosamente instalados. Desta feita no HOTEL RIAD TICHKA SALAM (Av.Moamed, telf 00212524883335
(Continua...)
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Umas rectas enormes, quase a perder de vista, convidavam as nossas máquinas a acelerar um pouco mais do que o habitual. Se calhar, porque íamos a favor do vento forte que soprava esta tarde, quando finalmente avistámos OUARZAZATE.
Considerada por alguns a “porta do deserto do Saara”, a entrada nesta cidade marroquina vindo do lado de SKOURA, é linda.
Miúdos a beira da estrada tentam vender colares feitos com Rosas e muito engenho, não fosse esta zona conhecida pelo “Valée des roses” a Sul do Atlas.
Mas, o dia de hoje começou diferente. Saímos de TINERHIR com o objectivo de circular por pista, e desta vez em montanha (para variar).
Depressa chegamos às Gargantas do TODRA. Por alcatrão são uns 20 Km, onde em cada casa se observa uma oferta hoteleira e restauração nunca vistas até agora.
As “gargantas” são lindas. Dois maciços supostamente calcários com uma altura aproximadamente de 300m, são abruptamente rasgados na vertical, onde um corte estreito de pouco mais de 100m de largura permite que o Rio Todra desça livremente. Proporcionando assim uma imagem ímpar e de raríssima beleza.
A paisagem aqui é linda e por momentos assustadora.
Aqui se interceptam, sem o mais pequeno indício de perplexidade, universos distantes: burricos de camponeses silenciosos com os olhos postos no caminho, mulheres árabes de rosto coberto, jipes cheios de turistas bem vestidos - rigorosamente estilo expedicionário, de farpelas acabadas de sair de lojas “especializadas” - ou velhas camionetas com grupos de berberes que se dirigem para os kasbahs do interior, enquanto lá no alto, nas paredes verticais dos rochedos, se vão cravando os ganchos dos praticantes de escalada.
Depois da paragem obrigatória para as fotos de praxe, seguimos a estrada do tipo municipal R703 até perto de TAMTATTOUCHETE, já em plena montanha a rondar os quase 2000m de altitude.
Aqui viramos à esquerda e atravessamos a montanha para o lado de MSEMRIR, sempre em pista de calhaus e pedregulhos que por vezes faziam parecer um aspecto lunar.
Por aqui e a rondar os 2800m de altitude para além de nos cruzarmos com cabras a pastar e pouco mais, também tivemos a oportunidade de nos intersectar com outra expedição de jipes desta feita Portugueses .Sim, porque aqui em Marrocos há imensos jipes portugueses.
Talvez, porque estamos em época de Páscoa e todos queremos aproveitar a quadra para umas merecidas férias; em verdade vos digo, Marrocos é o sítio indicado para carregar baterias e livrarmo-nos do Stress.
A serra é árida, mas linda oferecendo um misto de curiosidades geológicas dignas de registo académico. As camadas enrugadas de rocha vão decorando cada curva do trilho percorrido que serpenteia a montanha imóvel. Por aqui se observa buracos enormes do tipo gruta escavada que serve de “gurita” a pessoas que por aqui moram.
Depois de algumas horas nesta árdua travessia, por fim chegamos ao outro lado da montanha. Agora admiramos o rio DADÈS que dá nome à região.
Todo o fundo de vale, que é serpenteado pelo rio, é também generosamente cultivado, com hortas diversas, amendoeiras, palmeirais, alámos e nogueiras numa espécie de paisagem bicolor, com dois tons numa sequência ritmada entre o verde e avermelhado que a montanha oferece.
Os 300km de hoje, basicamente foi assim preenchido, a subir e a descer montanha, metro a metro. Por vezes a uma velocidade tão baixa, que até dava para sair do jipe, tirar fotos aos outros membros da caravana, apanhar um mineral ou outro que brilhava no chão com a luz do Sol.
Por fim, depois de passarmos por Tourbist, chegamos a El-Kelâa des Mgouna, apanhamos o alcatrão da N10 e seguimos para Ouarzazate pela rota dos Kasbahs, acompanhando sempre o sentido da corrente do rio Dadès, que vem dar a uma barragem(El Mansour-Eddahbi) muito perto de Ouarzazate.
Hoje estamos mais uma vez maravilhosamente instalados. Desta feita no HOTEL RIAD TICHKA SALAM (Av.Moamed, telf 00212524883335
(Continua...)
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