Terça-feira, 10 de Abril Dia 06
Hoje o dia foi muito duro. Nunca tinha imaginado tanto deserto de pedra ao meu redor.
A alvorada hoje foi por volta das sete da manhã com a promessa de fazer 350Km, dos quais 300 em pista de pedra e os últimos 50km em alcatrão.
O nosso objectivo foi saindo de MERZOUGA, chegar a ZAGORA, passando por Tagounite.
Deixamos o ERG Chebbi para trás, pela nossa esquerda, e rapidamente o deserto de pedra apareceu no horizonte. Uma sensação estranha. Só pedra à nossa volta e molhada, com uma poça aqui e ali, que evidenciava uma noite de chuva por esta zona.
Muitos km percorridos e o cenário mantem-se com pedras de todas as cores, tamanhos e feitios uma pequena poça de água aqui e ali, bem como um véu de areia ofereciam à paisagem uma certa alegria onde os tons de pastel predominavam em nosso redor.
Depois de algumas horas a rolar, ao passarmos por um povoado Berbere cujo nome não me recordo, deparamo-nos com um pó tão fino como o talco.
E o inevitável aconteceu, um atascanço no pó branco, apesar da pouca pressão de ar que os pneus traziam, foi difícil sair daquele trilho e continuar marcha.
Perto da povoação de TISSEMOUMINE, paramos para almoçar num albergue situado no meio do nada, mas onde o acolhimento não podia ser mais perfeito.
Bebidas geladas, casa de banho e comida quente e agradável foram pequenos luxos, que tão bem nos souberam depois de tanta dificuldade nos trilhos percorridos.
Depois do almoço e debaixo de uma tempestade de areia que se estava a formar naquele local, seguimos em caravana muito juntos, pois a visibilidade era bastante reduzida.
Em local indeterminado e fartinhos de fazer pista em cima de calhaus, demos com um posto militar avançado, tendo em conta que a fronteira com a Argélia era mesmo ali ao lado todas as cautelas são poucas.
Mesmo assim ainda houve tempo para se beber e dar a beber umas sagres fresquinhas com as tropas de elite onde se destacava o calçado militar que era constituído por um chinelo de enfiar no dedo.
Os povos que se vão encontrando por aqui aparentam viver com fracos recursos, onde o calçado, vestuário e comida são bens escassos.
Possivelmente a fonte de rendimento será a fraca pastorícia e a recolha de bagas de Argão param múltiplos usos.
Tivemos ainda oportunidade para partilhar mais umas ofertas de brinquedos e camisolas com as crianças que se iam encontrando; bem como proporcionar um curativo a uma menina que tinha a cabeça partida, e que a sua mãe, em falta de melhor estancou o sangue com… areia.
Agora chegados a Merzouga, vamos descansar no REDA HOTEL (Route des AmhamidB.P. telf 00212544847249)
Continua...
(Clicar nas fotos para ampliar)
Hoje o dia foi muito duro. Nunca tinha imaginado tanto deserto de pedra ao meu redor.
A alvorada hoje foi por volta das sete da manhã com a promessa de fazer 350Km, dos quais 300 em pista de pedra e os últimos 50km em alcatrão.
O nosso objectivo foi saindo de MERZOUGA, chegar a ZAGORA, passando por Tagounite.
Deixamos o ERG Chebbi para trás, pela nossa esquerda, e rapidamente o deserto de pedra apareceu no horizonte. Uma sensação estranha. Só pedra à nossa volta e molhada, com uma poça aqui e ali, que evidenciava uma noite de chuva por esta zona.
Muitos km percorridos e o cenário mantem-se com pedras de todas as cores, tamanhos e feitios uma pequena poça de água aqui e ali, bem como um véu de areia ofereciam à paisagem uma certa alegria onde os tons de pastel predominavam em nosso redor.
Depois de algumas horas a rolar, ao passarmos por um povoado Berbere cujo nome não me recordo, deparamo-nos com um pó tão fino como o talco.
E o inevitável aconteceu, um atascanço no pó branco, apesar da pouca pressão de ar que os pneus traziam, foi difícil sair daquele trilho e continuar marcha.
Perto da povoação de TISSEMOUMINE, paramos para almoçar num albergue situado no meio do nada, mas onde o acolhimento não podia ser mais perfeito.
Bebidas geladas, casa de banho e comida quente e agradável foram pequenos luxos, que tão bem nos souberam depois de tanta dificuldade nos trilhos percorridos.
Depois do almoço e debaixo de uma tempestade de areia que se estava a formar naquele local, seguimos em caravana muito juntos, pois a visibilidade era bastante reduzida.
Em local indeterminado e fartinhos de fazer pista em cima de calhaus, demos com um posto militar avançado, tendo em conta que a fronteira com a Argélia era mesmo ali ao lado todas as cautelas são poucas.
Mesmo assim ainda houve tempo para se beber e dar a beber umas sagres fresquinhas com as tropas de elite onde se destacava o calçado militar que era constituído por um chinelo de enfiar no dedo.
Os povos que se vão encontrando por aqui aparentam viver com fracos recursos, onde o calçado, vestuário e comida são bens escassos.
Possivelmente a fonte de rendimento será a fraca pastorícia e a recolha de bagas de Argão param múltiplos usos.
Tivemos ainda oportunidade para partilhar mais umas ofertas de brinquedos e camisolas com as crianças que se iam encontrando; bem como proporcionar um curativo a uma menina que tinha a cabeça partida, e que a sua mãe, em falta de melhor estancou o sangue com… areia.
Agora chegados a Merzouga, vamos descansar no REDA HOTEL (Route des AmhamidB.P. telf 00212544847249)
Continua...
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1 comentário:
Só agora descobri o seu Blog, pelo qual lhe dou os parabéns. A terreola de que fala com o pó fininho fica no Lac Maider junto ao rio Ramlia. As omeletes são boas mesmo... Dê uma espreitadela no meu : http://blogdogrist.blogspot.pt/2013/10/marrocos-2013-dia-7.html
Abraço
Diamantino Nunes
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