30/06/07

A Capital das Aeronaves Falidas


OTA

Começo por explicar o porque da "capital das aeronaves falidas" he,he


Bem...a aldeia de Ota sempre teve a presença da Força Aérea, Base Aérea nº2 onde havia avioenzinhos pequenos e e a aqui que os pilotos  aprendiam a pilotar as "grandes maquinas para depois irem pros "assas de Portugal.Ainda me lembro de como se não bastasse durante o dia os voos rasantes e constantes,as Terças e Quintas havia treino nocturno, quer dizer nesses dias custava me um pouco mais a adormecer, até que um dia tudo acabou (não sei bem porque ) mas os aviões deixaram de fazer barulho, por isso talvez as aeronaves tivessem falido,he.he.
Esta é a freguesia mais extensa do concelho de Alenquer com cerca de 46 quilómetros quadrados, vasta chã com ligeiras ondulações apenas quebrada pelo perfil quase geométrico do Monte Redondo constituído por calcareos Coraleos do Amaral, pela serra de Ota que é uma elevação Jurassica com cerca de 185m de altitude, e pelos sulcos fluviais da ribeira de Ota. Crê-se que o topónimo Ota deriva do árabe (uata) e quer dizer sítio baixo. De facto tratava-se de um vasto campo alagadiço, o Paul de Ota, aquele que D. Sancho I doou em 1189, ou 1193, ao convento de Alcobaça, doação confirmada em 1195 por Celestino III. Aqui realizaram os monges as primeiras obras de arroteamento e drenagem realizadas no País, que posteriormente aplicaram nos coutos de Alcobaça, e pelos achados arqueológicos da região, conclui-se que a ocupação humana remonta ao Paleolítico. São vários os registos do período romano e, certamente, a presença muçulmana deve ter também marcado o local. Ao longo do séc. XV e XVI foram desbravadas várias partes desta terra que, no geral era inóspita, coberta de matas e propícia ao refúgio de animais selvagens. No reinado de D. Maria I é aberta a Estrada Real que, passando aqui, fazia a ligação de Lisboa a Caldas da Rainha.
Ainda no final do séc. XIX a zona da Ota, principalmente nos sítios próximos da lagoa do Bunhal e do Paúl, era conhecida pela propensão para as pestilências, devido à insalubridade das águas estagnadas destas lagoas.


Na observação Geológica toda a vasta planície que se estende desde as margens do Rio Tejo até à zona do lugar de Ota encontra-se implantada numa bacia Cenozóica, onde se encontram vários terraços do Quaternário. A Norte desta charneca domina a Serra de Montejunto, a Oeste prolongam-se as serras Galega e Alta, conjunto que constitui um anfiteatro natural. A Serra de Montejunto orienta-se segundo a linha da nossa costa Atlântica, que conjuntamente com outras serras para Norte forma o sistema Montejunto-Estrela, ponto terminal da Cordilheira Central da Península Ibérica, que é uma importante barreira climatérica. Este aspecto permitiu que toda a zona de Ota/Alenquer fosse poupada às rigorosas glaciações. Beneficiada pela proximidade do Atlântico, por um lado e pelo sistema Montejunto Estrela por outro, esta zona nunca sofreu com violência os rigores ambientais, proporcionando um óptimo suporte para a vida. Ota é também o nome de um rio que atravessa a freguesia nascendo na serra do Montejunto, passa pela freguesia de Abrigada até entrar nesta, e vai desaguar na margem direita do rio Tejo, depois de atravessar também a freguesia de Vila Nova da Rainha, concelho de Azambuja, numa extensão total de 30 Quilómetros.
Esta vasta propriedade que pertenceu aos frades cistercienses, passou mais tarde a ser explorada indirectamente. A Quinta de Ota, certamente parte dessa antiga granja, estava, na segunda metade do século XV na posse de Pedro Afonso e era foreira ao Mosteiro de Odivelas. Em 1499 foi vendido a Rui de Figueiredo, escrivão da fazenda e fidalgo da Casa Real. Aqui se fundou, em 1524, um morgado, que no século XIX era administrado pelos condes de Belmonte (Figueiredo Cabral da Câmara), descendentes de Rui de Figueiredo. Junto à igreja de Ota está levantado um monumento à memória de D. José Maria de Figueiredo Cabral da Câmara (1848-1930), 4º Conde de Belmonte, 13º senhor do morgado da Ota, que foi vice-presidente da Câmara de Alenquer entre 1878 e 1882.
A tradição conta que o Marquês de Pombal, na sua ida para o desterro, esteve alguns meses hospedado na Quinta de Ota; e que a Rainha D. Maria II, hóspede também dos senhores de Ota pelo tempo da cólera, aqui estabeleceu o seu ministério.
Ota foi atravessada pela velha Estrada Real entre Lisboa e Coimbra, construída no reinado de D. Maria I, que era utilizada pelos serviços da primeira carreira regular da Mala-posta (1798-1804). Ainda existem, dessa época, um marco de cruzamento e um marco de légua, situados respectivamente junto à Ponte Antiga, na Rua da Mala-posta, à entrada da Ota, e no sítio denominado Vale Carlos, próximo de Ota. Estão ambos classificados como Imóvel de Interesse Público, desde 1943. Meio século mais tarde, em 1855, inaugura-se novo serviço de carreiras diárias da Mala-posta entre o Carregado e Coimbra. A primeira estação de muda de animais, localizava-se em Ota onde o antigo edifício desta estação existia ainda há pouco tempo
Falar da história dos transportes em terras de Ota/Alenquer é recordar também as grandes transformações que resultaram da abertura de novas estradas na segunda metade do século dezanove. De facto com as reformas liberais, ou mais concretamente, com a política de expansão rodoviária de Fontes Pereira de Melo, tornaram-se possíveis as comunicações entre algumas povoações da nossa região, até aí completamente isoladas onde a primeira estrada de macadame de Lisboa a Caldas da Rainha, iniciada em Setembro de 1850, veio a estabelecer uma boa ligação entre o Carregado e a Ota passando por Alenquer.
Em 1854 construía-se o ramal entre esta estrada e a Vala do Carregado, onde se iria inaugurar em 1856 a nova estação de Caminho de Ferro.

Quilómetro após quilómetro, começava assim a desenhar-se uma rede de estradas e caminhos que, ligando povoações até aí isoladas, e que veio dar uma nova fisionomia a estas velhas Terras.
Em Ota, terra que em tempos era detentora de forte associativismo com rancho folclórico, escola de musica filarmónica, e até mesmo um jornal local, tem vindo a resistir a influencia dos tempos modernos, mantendo nos dias de hoje um clube de futebol que está na 2ª divisão distrital da associação de futebol de Lisboa, uma colectividade denominada por Centro Social Recreativo e Cultural que ocupa algumas modalidades desportivas como é o caso de Artes Marciais, futebol de Salão, ginástica de vários géneros com atletas reconhecidos a nível Nacional, bem como o projecto vida activa para seniores e reformados com ginástica de manutenção, bordados, passeios e torneios de Sueca, passando pelos tradicionais Bailes de aldeia. Um grupo de escuteiros com cerca de 60 elementos que muito dinamismo traz a povoação. O ensino de Costura na modalidade de ponto de cruz e Arraiolos para um target feminino, bem como as tradicionais vacadas, jogo do chinquilho (malha), torneios de domino, jogos tradicionais como é as cavalhadas, e ainda em forte crescimento a pratica de BTT são as maneiras deste povo se distrair nos cada vez menos tempos de lazer, quais queres meia dúzia de minutos que possamos estar no largo (centro) da aldeia denota-se um corrupio de uma população entusiasmada com a vida quer no convívio social no “café” quer a praticar a sua caminhada pelos campos verdejantes, quer ainda um ou outro a discutir um negocio em pleno banco de jardim.
Ota para alem de possuir alguns estabelecimentos de restauração, também possui uma quinta que pratica turismo rural e ensino equestre, uma outra que possui um campo de tiro aos pratos reconhecido mundialmente pelas provas ali realizadas por uma conceituada marca de armas, bem como centenas de hectares de mata para caça associativa e não. Nos terrenos desta vasta freguesia existe uma lagoa onde muitos vêm pescar desportivamente, como outros aproveitam para a prática de desportos motorizados

2 comentários:

cfmtfa disse...

Não é "Centro de formação de material terrestre da F.A" como é referido no início do texto mas sim "Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea ou CFMTFA", mas pronto para quem não sabe serve na mesma.

cfmtfa disse...

Não é "Centro de formação de material terrestre da F.A" como é referido no início do texto mas sim "Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea ou CFMTFA", mas pronto para quem não sabe serve na mesma.