15/08/07

"OTA" Perspectivas sobre turismo em espaço rural



«Perante os custos ambientais e sociais do turismo de massas, convencional, gregário e quase popular, próprio de uma sociedade de consumo, organizado “industrialmente”, afirmam-se procuras diferentes, novas, responsáveis e sustentáveis, selectivas em termos económicos e em valores e comportamentos pessoais, preferencialmente no próprio país, e em regiões não muito distantes, prefigurando, talvez o turismo do futuro…» (Cavaco C. 1996“Turismo rural e desenvolvimento local”)
No quadro da história da humanidade o turismo é um fenómeno recente, que se começa a organizar e a sistematizar, bem como a sofrer uma alteração que passa, de um fenómeno de elites, para um fenómeno massificado e global. Portugal não ficando alheio a toda esta mudança, procura encontrar novos caminhos de oferta turística que (entre outros) passam por recuperar uma imagem antiga, dando-lhe um “new look” em harmonia com todo o espaço envolvente de património natural, e ambiência cultural.
A crescente procura do lazer e do turismo em espaço rural, faz com que este nicho de mercado seja um dos segmentos mais dinâmicos e prometedores do turismo nacional, vendo em Ota um destino promissor no futuro.
Ota é a freguesia mais extensa do concelho de Alenquer com cerca de 46 quilómetros quadrados, onde uma vasta chã da era do cenozóico domina por completo sendo só quebrada pelo perfil quase geométrico do monte redondo, e pela serra que tem o mesmo nome da aldeia (uma elevação jurasica de 185 metros). Esta aldeia centenar desfruta de um clima ameno e delicado, não só devido a proximidade do Atlântico por um lado, e à imediação da serra de Montejunto que com outras de menor importância, constituem um anfiteatro natural.
A aldeia de Ota a escassos 42 km da Capital, é detentora de um variado leque de paisagens, que passa por vasta charneca, pinhal, eucaliptal e montado de sobreiros que encontram aqui um ambiente privilegiado e tranquilo; Ota já com características rurbanas, possui varias quintas com características latifundiárias, propriedade ainda hoje de descendentes da nobreza, cujo as actividades se diversificam na agricultura, silvicultura, pecuária, e turismo, onde conservando a tradição dos seus antepassados mantêm inclusivamente a traça secular das construções.
Ota poderá não ser uma área tradicional de polarização de fluxos turísticos, mas é concerteza uma área emergente que devido à sua localização bem como a proximidade de actividades temáticas que passam pelo golfe, tiro, equitação, percursos pedestres e radicais, tauromaquia, produção vinícola entre outros, aliados ao crescente dinamismo agrário da região, faz desta área um bom motivo de aposta para uma procura turística que tende a se diferenciar e a fragmentar-se. Este tipo de turismo não deve concorrer com outros, mas sim aliar-se a outros, pois ganha (pelo menos) com a recuperação do património.

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