17/07/07

A culpa é do Anticiclone dos Açores...




Lá estava eu de "barrigunha ao sol", com um olho no mar límpido e outro na revista Visão, oiço uma conversinha mesmo ali ao lado entre dois tipos, "...Não pá a culpa deste solinho é do ci clone dos Açores...". E o outro respondia assim "...És tonto ou quê? este solinho e culpa do ci clone das Bermudas..."

Pois é... como se diz na minha terra..."tão parvo és tú como és tú" e a explicação (possível) cá vai;


O que é um anticiclone? É um ciclone?? Claro que não; Anticlone é um centro de pressão atmosférica em que o ar atmosférico, mais frio e mais pesado, em cima, desce, aumentando a pressão junto ao solo: é um centro de pressão atmosférica alta, ou ‘uma Alta’, na gíria. Ao contrário, um ciclone é um centro de pressão atmosférica em que o ar atmosférico, mais quente e mais leve, em baixo, junto ao solo, sobe – como o balão de ar quente – baixando a pressão junto ao solo: é um centro de pressão baixa, depressão ou ‘uma Baixa’ “.


E agora o pormenor das Bermudas, é verdade que noutras longitudes este anticiclone também e conhecido por "das Bermudas"


Para terminar (pois se não ainda pareço o ilustre Anthimio de Azevedo, que coinsidência ele também Açoriano) o sempre nosso anticiclone dos Açores trás-nos massas de ar quentes e húmidas de SW.


Portugal continental está situado no hemisfério norte entre as latitudes 37 e 42º Norte e as longitude de 06 e 09º Oeste. A sua localização peninsular e a norte de um grande deserto, leva a que para a definição do seu clima contribuam as mais diversas influências. O território continental está situado numa zona subtropical, que se estende por 860 Km do Norte para o Sul, que é de transição e que separa os ventos com componente oeste, a norte, dos ventos com componente leste, a Sul. Estas latitudes são uma cintura propensa a variações frequentes da direcção do vento, resultando desse facto uma rápida mutação das condições do tempo. Por sua vez o factor longitude provoca que a costa portuguesa, a mais ocidental da Europa, é a primeira a sofrer a influência das perturbações que se geram ou desenvolvem ao atravessar o Atlântico Norte. Outros factores, como os fisiográficos (mares, continentes, lagos, topografia, etc.) determinam que, na generalidade, a intensidade e a duração com que os fenómenos atingem as regiões do interior sejam diferentes, se comparadas com as zonas litorais. Durante o inverno, Portugal é afectado por massas de ar frias e húmidas, por superfícies frontais vindas de NW, por massas de ar frias e secas vindas da Sibéria e que se aproximam por NE. Durante o Verão as influencias são das massas de ar quentes e secas vindas do norte de África e das massas de ar quentes e húmidas transportadas de SW pelo Anticiclone dos Açores. Durante as estações de transição a situação ainda se complica mais pois, durante essas estações todas estas influencias são possíveis. Para aumentar esta complexidade temos a acrescentar as grandes diferenças morfológicas entre o norte e o sul do território. Este é constituído por uma região montanhosa a norte e por uma região de planícies e planaltos a sul. A dividir estas duas regiões encontra-se uma grande cordilheira montanhosa (Sintra - Montejunto - Estrela), orientada na direcção SW-NE. Esta cordilheira montanhosa tem uma grande importância na distribuição dos elementos do clima ao longo do território. Porque a grande maioria da precipitação que afecta Portugal vem de NW, a cordilheira referida é um obstáculo ao seu normal deslocamento para sul e, por isso, influencia a quantidade de precipitação que as terras do sul recebem. Outro dos obstáculos ao movimento dos sistemas de tempo são as montanhas no Minho; estas montanhas são de primordial importância na distribuição dos elementos do clima na região de Trás-os-Montes.

2 comentários:

Kika disse...

O Anthimio é açoreano???... Que coincidência. Também ele se deixa influenciar pelas massas de ar e sobem e descem???
Bjocas

Anónimo disse...

Simples e connsistente a geografia servge para saber se devmos sair de casa com o guarda chuva ou não